Pesquisa Quaest mostra que 83% das manifestações nas redes sociais foram contra a proposta, vista como manobra para proteger parlamentares de investigações
Por Redação|Amazônia Realidade
A forte pressão da sociedade brasileira contra a chamada PEC da Blindagem — aprovada pela Câmara dos Deputados — obrigou alguns parlamentares a usarem as redes sociais para pedir desculpas por terem votado a favor da medida.
A proposta, considerada inconstitucional por especialistas em direito e autoridades do Judiciário, prevê que deputados e senadores só poderão ser investigados após autorização do próprio Congresso Nacional, o que, na prática, cria um escudo contra a Justiça.
De acordo com levantamento da Quaest, divulgado na internet, 83% das menções à PEC foram negativas, revelando a ampla rejeição da população.
Entre os que voltaram atrás publicamente está a deputada Silvye Alves (União Brasil-GO). Ela afirmou que cedeu à pressão de “pessoas influentes” do Congresso, que ameaçaram retaliações caso ela votasse contra a PEC. “Eu fui contra tudo que eu defendo, tudo que eu acredito. Fui covarde e cedi às pressões”, declarou em suas redes sociais.
O deputado Merlong Solano (PT-PI) também se desculpou pelo voto. Em nota, pediu perdão ao povo do Piauí e ao Partido dos Trabalhadores, justificando que seu objetivo era impedir o avanço de outras medidas ainda mais polêmicas, como a anistia a golpistas. “Viabilizei a votação de pautas importantes para o povo brasileiro, como a isenção do Imposto de Renda, a MP do Gás do Povo, a taxação das casas de apostas e dos super-ricos, além do Plano Nacional de Educação”, disse.
As desculpas, no entanto, não diminuíram a indignação popular. Para entidades civis e juristas, a PEC da Blindagem é um grave retrocesso democrático, pois coloca os parlamentares acima da lei e afronta a Constituição.
Fonte: Quaest
Foto: Divulgação
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