Manaus(AM) - A voz das ruas ecoará forte e uníssona neste domingo (14). De Norte a Sul do país, a população brasileira se levanta novamente em defesa da democracia e da Justiça, desta vez para rechaçar com força total a manobra parlamentar que busca anistiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em Manaus, o coração da Amazônia baterá mais forte no protesto marcado para as 9h na faixa liberada da Avenida Getúlio Vargas, um símbolo histórico da resistência do povo. A capital amazonense se torna, assim, um dos principais palcos nacionais deste grito de repúdio.
A aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria na calada da noite de quarta-feira (10), um ato furtivo que silenciou até mesmo a transmissão da TV Câmara, acendeu o sinal de alerta. Mas a resposta não veio apenas de discursos: veio da organização popular. Frentes como a Brasil Popular e Povo Sem Medo conclamam a nação ao mote irredutível: “Sem anistia para golpistas!”. Este é um recado claro aos deputados federais que passaram o ano articulando este perdão legislativo: a soberania reside no povo, e ele não aceitará a impunidade.
A história recente já provou o poder da mobilização popular. “Derrubamos a PEC da bandidagem porque fomos para a rua. Se queremos derrubar a PEC da Dosimetria, temos que nos mobilizar mais uma vez”, lembra Camila Moraes, da UNE. O projeto, uma distorção do sistema de dosimetria de penas, é amplamente visto como uma válvula de escape para reduzir drasticamente as condenações dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Na prática, poderia permitir que condenados à longos anos, como Bolsonaro, saíssem da prisão em tempo recorde.
“Mais uma vez é uma tentativa da continuidade do golpe”, alerta Milton Rezende (Miltinho), da CUT. Enquanto o Congresso deveria debater pautas urgentes para o povo, como emprego e direitos, uma parcela de seus membros se dedica a minar a Justiça e recompensar aqueles que atentaram contra as instituições.
O protesto em Manaus e em dezenas de outras cidades não é apenas um ato simbólico. É a demonstração prática de que a força organizada do povo é o único contrapeso real a um Congresso que se descola da sociedade. É o exercício da pressão popular necessária para forçar o Legislativo a retroceder nesta medida que fere a democracia e o Estado de Direito.
A mensagem das ruas deste domingo será direta: o povo está vigilante, o povo está organizado e o povo não permitirá o revisionismo golpista. A democracia se defende com memória, com justiça e, sempre que necessário, com a presença massiva e inegável do poder popular nas praças e avenidas do país.
Confira abaixo a lista completa de cidades com manifestações confirmadas para este domingo, 14 de julho:
NORTE
· Manaus (AM): 9h – Faixa liberada da Avenida Getúlio Vargas
· Rio Branco (AC): 17h – Lago do Amor
· Macapá (AP): 16h – Praça Veiga Cabral
· Belém (PA): 9h – Escadinha das Docas
· Porto Velho (RO): 15h – Praça da Estrada de Ferro
· Boa Vista (RR): 17h – Praça das Águas
NORDESTE
· Maceió (AL): 9h – Praça 7 Coqueiros
· Salvador (BA): 10h – Morro do Cristo
· Fortaleza (CE): 15h – Espigão da Rui Barbosa (Praia de Iracema)
· São Luís (MA): 9h – Largo do Carmo
· João Pessoa (PB): 9h – Busto do Tamandaré
· Recife (PE): 14h – Rua da Aurora
· Teresina (PI): 9h – Praça Pedro II
· Natal (RN): 8h – Av. Roberto Freire
· Aracaju (SE): 14h – Praia da Cinelândia
CENTRO-OESTE
· Brasília (DF): 10h – SESI Lab (com marcha ao Congresso)
· Goiânia (GO): 15h – Praça Universitária
· Campo Grande (MS): 8h – Av. Afonso Pena com 14 de Julho
· Cuiabá (MT): 8h – Praça Ulysses Guimarães
SUDESTE
· Belo Horizonte (MG): 9h – Praça Raul Soares
· Rio de Janeiro (RJ): 13h – Posto 5 de Copacabana
· São Paulo (SP): 14h – Em frente ao MASP (Avenida Paulista)
· Vitória (ES): 16h – UFES
SUL
· Curitiba (PR): 14h – Boca Maldita
· Florianópolis (SC): 9h30 – Ponte Hercílio Luz (lado ilha)
· Porto Alegre (RS): 14h – Arcos da Redenção
Fonte: ICL Notícias
Foto: Divulgação

Postar um comentário