O gesto suíço chega em boa hora e sinaliza a importância de parcerias internacionais para proteger a Amazônia e melhorar a vida de quem vive nela
Por Redação | Amazônia Realidade
Mais do que um repasse financeiro, a contribuição suíça simboliza o reconhecimento internacional da importância da Amazônia Legal, não apenas como o maior bioma tropical do mundo, mas como um patrimônio essencial para o equilíbrio climático global e o bem-estar de milhões de brasileiros que vivem em suas regiões.
Criado em 2008 e gerido pelo BNDES, o Fundo Amazônia apoia projetos que combatem o desmatamento, promovem o desenvolvimento sustentável, fortalecem a bioeconomia e valorizam o conhecimento tradicional de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Desde sua criação, mais de 144 projetos foram beneficiados, alcançando 260 mil pessoas e 600 organizações comunitárias.
Após um período de paralisia durante o governo de Jair Bolsonaro, o Fundo foi reativado em 2023 e tem recebido novos aportes de nações que reconhecem a urgência de proteger a floresta e apoiar as populações locais.
Exemplo a ser seguido
A iniciativa suíça, anunciada pela ministra Marina Silva e pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante o evento Presença Suíça na COP30, representa mais do que solidariedade: é um exemplo de responsabilidade compartilhada entre países ricos e nações detentoras de grandes recursos naturais.
“A Suíça demonstra que é possível unir prosperidade econômica com compromisso ambiental. Esse gesto nos encoraja a seguir firmes na missão de zerar o desmatamento ilegal e garantir uma transição justa para quem vive na floresta”, destacou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o aporte suíço é um símbolo de confiança e um incentivo para que outras nações ampliem suas parcerias com o Brasil.
“Cada doação representa mais que um valor financeiro — é uma aposta no futuro sustentável da Amazônia. Precisamos transformar esses recursos em resultados concretos para a população e para o planeta”, afirmou Mercadante.
Compromisso brasileiro deve ser cumprido
O Brasil chega à COP30 com metas ambiciosas: reduzir entre 59% e 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035. É um compromisso que exige ação contínua e resultados concretos — tanto no combate ao desmatamento quanto na recuperação de áreas degradadas e na transição para uma economia verde e inclusiva.
Neste momento em que 79 países já apresentaram suas metas climáticas (NDCs) e o mundo busca caminhos reais para conter o aquecimento global, o Brasil precisa mostrar que tem condições de liderar pelo exemplo.
A floresta amazônica é, acima de tudo, um ativo de valor incomensurável — e cuidar dela significa também cuidar das pessoas que nela vivem. O apoio internacional é bem-vindo, mas cabe ao país cumprir seu papel com transparência, planejamento e compromisso.
Um novo tempo para a Amazônia
A COP30 começa com uma boa notícia — e com ela, a esperança de que o mundo finalmente entenda que investir na Amazônia é investir no futuro do planeta.
A doação suíça é mais do que uma soma em cifras — é um gesto simbólico de confiança no Brasil e no potencial da Amazônia como motor de vida e equilíbrio do planeta. O desafio, agora, é transformar cada recurso em ação, cada parceria em resultado e cada promessa em floresta viva. Que o otimismo da COP30 não se encerre nos discursos, mas floresça em políticas públicas que mudem a realidade de quem mais precisa: o povo da Amazônia.

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