Por Redação| Amazônia Realidade
Em mais uma investida imperial que rasga a soberania das nações latino-americanas, os Estados Unidos iniciaram o deslocamento agressivo de uma força naval de alto poderio para as proximidades da costa venezuelana. A justificativa, desgastada e cínicamente repetida, é o combate a cartéis de drogas, um teatro que serve de cortina de fumaça para a verdadeira ameaça: a asfixia de um país soberano que resiste bravamente à hegemonia norte-americana.
Segundo informações confirmadas à Reuters, o governo de Donald Trump mobilizará, nas próximas 36 horas, três destróieres de mísseis guiados – os navios USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. Este cordão de guerra não vem sozinho: um efetivo estimado em 4 mil marinheiros e fuzileiros navais, apoiados por aviões de vigilância P-8 e um submarino de ataque, compõem a ponta de lança de uma operação que promete se estender por meses, violando a paz regional sob o pretexto frágil do narcotráfico.
A narrativa construída pela Casa Branca é conveniente. Ao classificar cartéis, incluindo o venezuelano Tren de Aragua, como "organizações terroristas globais", Washington fabrica a licença para militarizar o Caribe e o Atlântico Sul, transformando águas internacionais em seu quintal estratégico. Fontes anônimas do próprio establishment norte-americano admitem que a frota servirá não apenas para espionagem, mas como plataforma para "possíveis ataques direcionados", uma ameaça velada que não pode ser ignorada.
Do outro lado do canhão midiático, a resposta veio firme do Presidente Nicolás Maduro. Em discurso transmitido na segunda-feira (18), sem citar diretamente a movimentação, o líder venezuelano deixou claro o estado de alerta: o país está pronto para defender “nossos mares, nossos céus e nossas terras” contra o que definiu, com precisão, como a “ameaça de um império em declínio”. É a fala de quem enxerga a manobra pelo que ela é: não uma operação policial, mas um ato de coerção de uma potência que não admite dissidências em seu quintal.
A comunidade internacional, sobretudo os povos da América Latina, devem enxergar com extrema cautela essa nova provocação. A história se repete, e a sombra da Invasão do Panamá em 1989, também sob a bandeira falsa do combate às drogas, paira sobre a região. A soberania venezuelana é hoje a trincheira de toda a América do Sul. Permitir que ela seja violada sob qualquer pretexto é abrir um precedente perigoso para que a soberania de todos os outros países seja, um dia, o próximo alvo.
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