Deputado italiano Angelo Bonelli confirma prisão da parlamentar brasileira até julgamento do processo de extradição
Por Redação Amazônia Realidade
A Justiça italiana decidiu manter, nesta sexta-feira (1º/08), Carla Zambelli presa preventivamente no presidio de Rebibbia, nos arredores de Roma, até o julgamento do processo de extradição. A informação foi revelada pelo jornalista Leandro Demori, do canal ICL Notícias, que recebeu uma mensagem direta do deputado italiano Angelo Bonelli, confirmando a decisão — que ainda cabe recurso na Corte de Apelação. A decisão ainda poderá ser levada à Corte de Cassação, a instância judicial mais alta da Itália.
Zambelli, que foi presa na última terça-feira (29/07) em Roma, após semanas foragida da Justiça brasileira, terá de aguardar o desfecho do processo de extradição sob custódia. O parlamentar Bonelli afirmou: “A Justiça decidiu pela prisão de Carla Zambelli até que se conclua o julgamento de extradição para o Brasil.”
Por que Carla Zambelli foi condenada?
A deputada federal foi condenada a quatro anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma, em razão de um episódio ocorrido às vésperas das eleições de 2022, quando ela sacou e perseguiu um homem negro, armada, pelas ruas de São Paulo.
O caso ganhou repercussão nacional e internacional, sendo apontado como um grave atentado contra o processo democrático e o Estado de Direito, especialmente por ter ocorrido em um momento eleitoral e por envolver uma parlamentar com mandato vigente.
Além dessa condenação, Zambelli também é alvo de outras investigações no inquérito das milícias digitais e nos atos golpistas de 8 de janeiro, o que agrava sua situação jurídica e compromete eventuais tentativas de defesa perante as autoridades italianas.
Como funciona o processo de extradição na Itália?
A extradição é um processo jurídico internacional pelo qual um país solicita a outro a devolução de uma pessoa condenada ou acusada de um crime. No caso de Zambelli, o Brasil já formalizou o pedido de extradição, com base em tratados bilaterais de cooperação jurídica.
O sistema judiciário italiano analisará:
Se há condenação definitiva ou processo em curso no país requerente;
Se os crimes imputados também são reconhecidos como delitos na Itália;
Se não há risco de perseguição política ou violação de direitos humanos.
A decisão final sobre a extradição caberá à Corte de Apelação de Roma, mas o Ministério da Justiça da Itália também pode intervir, especialmente se houver alegações de natureza política ou humanitária.
A prisão é preventiva e pode durar meses
Enquanto o processo tramita, a prisão preventiva visa garantir que a deputada não fuja, não altere provas e esteja à disposição da Justiça italiana. Esse processo pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade do caso e das possíveis manobras jurídicas da defesa.
Zambelli, que se diz perseguida politicamente, tem alegado à Justiça italiana que não teve um julgamento justo no Brasil — uma tese que dificilmente prosperará, diante da robustez das provas e da legalidade do trâmite no STF.
Um cerco que se fecha
A prisão de Zambelli na Itália é mais um capítulo do cerco jurídico que se fecha contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigados por tentativa de golpe de Estado, incitação à violência política e ataques às instituições democráticas, em linha com o que ocorreu nos Estados Unidos com Donald Trump e seus apoiadores.
A extradição de Zambelli poderá representar um marco importante na responsabilização de figuras públicas que atuaram contra o Estado Democrático de Direito.
Fonte: ICL Notícias
Foto: Reprodução Internet
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