Partido usa sua força no Congresso para tentar blindar Bolsonaro e despreza prejuízos bilionários causados à produção nacional
Por
Redação Amazônia Realidade
Em vez de
defender os interesses do povo brasileiro, o Partido Liberal (PL), maior
bancada da Câmara com 95 deputados federais, vem reforçando sua submissão
política ao presidente norte-americano Donald Trump — mesmo que isso custe caro
ao Brasil em termos de soberania e economia.
O estopim
mais recente desse alinhamento ocorreu com a expulsão do deputado federal
Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), após ele criticar as sanções impostas pelos
Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes e condenar publicamente a
interferência norte-americana nos assuntos internos brasileiros.
A decisão
partiu diretamente do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e escancarou
o que analistas já vinham apontando: o PL tem priorizado um único objetivo em
sua atuação no Congresso Nacional — aprovar a anistia aos envolvidos na
tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, com foco principal em
livrar Jair Bolsonaro das consequências legais.
Tarifas, submissão e prejuízos ao Brasil
Enquanto
setores inteiros da economia nacional sofrem com o impacto de tarifas impostas
pelos EUA, lideranças do PL fazem gestos de apoio a Trump. O responsável por
articular a ofensiva norte-americana contra o Brasil é Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), que atua abertamente para proteger o pai das investigações da Justiça
brasileira — mesmo ao custo de prejudicar setores estratégicos da economia.
“Se
houver cenário de terra arrasada, pelo menos estarei vingado”, declarou
Eduardo, em vídeo amplamente criticado nas redes sociais.
O
resultado direto dessa “terra arrasada” já pode ser medido: produtos como carne
bovina, café e itens industriais foram excluídos da lista de exceções
tarifárias publicada pela Casa Branca.
A ABIEC,
que representa gigantes como JBS e Marfrig, estima que o agronegócio perderá
US$ 1 bilhão. A CNA projeta que o setor cafeeiro sofrerá perdas de US$ 481
milhões.
Câmara dos Deputados como palco de submissão
Mesmo
diante desse prejuízo bilionário, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes
Rodrigues (PL-RJ), tem feito gestos de exaltação ao governo Trump. Em um dos
episódios mais simbólicos, a Comissão de Relações Exteriores, sob influência do
PL, aprovou uma moção de louvor a Trump no mesmo dia em que o presidente
norte-americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
A cena de
submissão não parou por aí: o deputado Delegado Caveira (PL-PR) levou à Câmara
uma enorme faixa com o nome de Trump e o slogan “Make America Great Again”, num
ato que provocou indignação nacional e internacional.
O
comportamento do partido, além de comprometer a imagem do Brasil, contribui
para o travamento do Congresso. Sóstenes tem liderado manobras para obstruir
votações de projetos essenciais, até que o projeto de anistia dos golpistas
seja pautado.
No Senado, o mesmo roteiro
No Senado
Federal, o cenário é semelhante. Carlos Portinho (PL-RJ), líder da bancada liberal,
adota a mesma retórica radical e chegou a declarar no plenário que, sem
anistia, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso “vão presos” —
numa inversão perigosa da lógica democrática.
Um partido contra o Brasil
A
submissão do PL a interesses estrangeiros, especialmente os de Trump, e a
tentativa constante de blindar Jair Bolsonaro a qualquer custo, levantam
alertas não apenas sobre a condução da política brasileira, mas sobre o
comprometimento do sistema democrático com a soberania nacional.
Enquanto
produtores da Amazônia e de todo o país enfrentam perdas reais, o maior partido
da Câmara age em função de um único homem e contra os interesses coletivos. O
custo dessa escolha já bate à porta — na forma de tarifas, desemprego e
vergonha internacional.
Foto: reprodução internet
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