Exposição científica no Largo São Sebastião marca 71 anos de implantação do Inpa

Exposição científica no Largo São Sebastião marca 71 anos de implantação do Inpa

O evento Ciência na Praça contou com mais de 20 tendas ao lado do Teatro Amazonas, com exposições, jogos, livros e outras atividades interativas


Um dos principais pontos turísticos de Manaus, o Largo São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas, foi palco para o Ciência na Praça. O evento de popularização da ciência aconteceu no domingo (27) e marcou os 71 anos de implantação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), instituição que é referência em estudos de biodiversidade da Amazônia, ecologia e mudanças climáticas. 


Mais de 20 tendas com exposições e experiências interativas foram montadas no local. Pesquisadores, técnicos, estudantes de mestrado e doutorado, bolsistas e colaboradores saíram do ambiente rotineiro de trabalho e foram para uma área de grande circulação de pessoas da cidade para mostrar pesquisas e tecnologias produzidas sobre a Amazônia e as contribuições do Inpa para a melhoria da vida das pessoas e para o desenvolvimento sustentável da região.


“Este ano resolvemos fazer algo diferente. Nós viemos para a praça, para o centro histórico de Manaus, cidade que é a sede do Inpa. E aqui estamos mostrando à população um pouco das pesquisas que fazemos na Amazônia. Está sendo um grande sucesso e estamos pensando em repetir outras vezes, em outros pontos da nossa cidade”, disse o diretor do Inpa, Henrique Pereira. 


Os visitantes puderam interagir diretamente com os cientistas e tirar dúvidas. Foi uma oportunidade ainda para conhecer amostras das coleções de animais, plantas e fungos da Amazônia, óleos essenciais extraídos da flora amazônica (pau rosa e preciosa), abelhas sem ferrão que são importantes para polinização e produção de mel, e ações para a  conservação de animais ameaçados de extinção como peixe-boi e tartaruga da Amazônia. 


“Estou gostando muito de ver os anfíbios e répteis, gosto de ver os bichos empalhados, e aqui está sendo muito legal!”, contou Beatriz Baccaro, de 9 anos, que sonha em ser bióloga.


Os expositores usaram diversos recursos para despertar o interesse do público pela ciência, que tem papel estratégico no desenvolvimento do país e no avanço da sociedade, e estimular a compreensão da importância da preservação da biodiversidade e dos ecossistemas amazônicos. Os instrumentos de pesquisas de campo e de laboratório também chamaram bastante atenção de crianças, jovens e adultos. 


“É muito bom a gente poder vir a um passeio na praça e dá de cara com essa feira tão legal e tão bem feita. Essa proximidade com os pesquisadores do Inpa, a aproximação com a ciência que o Inpa está promovendo é muito importante para toda a comunidade e para a cidade de Manaus”, destaca a visitante Thábata Pontes.

Para a coordenadora do Programa de Coleções Científicas Biológicas do Inpa, a pesquisadora Fernanda Werneck, a experiência foi uma rica oportunidade de trocas com a população de Manaus e num evento que ocorreu fora do local convencional. Na rotina, é o Inpa quem abre as portas e espera o público, principalmente no Bosque da Ciência, espaço de visitação pública do instituto. 

“Faz muita diferença você vir para a praça e trazer os animais de verdade, as plantas, instrumentos de trabalho, ter os cientistas aqui e os seus objetos de estudo. As pessoas estão gostando muito”, destaca Werneck, que é curadora da Coleção de Anfíbios e Répteis e líder do Laboratório de Ecologia e Evolução Molecular (Leevi). 

Os visitantes se encantam com os animais reais preservados para estudos (como taxidermizados - conhecidos como ‘empalhados’ - ou preservados também em meio líquido), suas cores, formas, tamanhos e realismo. Não à toa, sapos, pererecas, cobras, lagartos, insetos, preguiças, araras e muitos outros foram preparados e montados com características semelhantes às reais para fins de estudos, conservação e educação. 

“Essa, então, é a nossa oportunidade para explicar a importância dos estudos que fazemos, a importância dos acervos científicos e de preservar os representantes da nossa biodiversidade para os estudos e para a socialização do conhecimento”, conta Werneck, que é bióloga, com mestrado em Ecologia e doutorado em Biologia Integrativa. 

Quem também chamou atenção foi o Bosquinho, o mascote do Bosque da Ciência. Em tour com uma arara-azul, o Bosquinho fez muitas paradas para cliques com os visitantes. 

“Fiquei encantado com a iniciativa, muita gente, muita informação. É importante você inserir as pessoas mostrando o que a ciência faz, aproximar a ciência do público. Ir para as praças como a gente está vendo aqui é algo maravilhoso, a gente podia fazer isso mais vezes e até o governo participando disso. O Inpa está de parabéns”, disse o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, Jeibi Medeiros.

Instrumentos de pesquisa

Apresentar soluções, tecnologias e descobertas científicas são atrativos efetivos na popularização da ciência. Mas como se faz pesquisa e quais instrumentos são utilizados são questões presentes no imaginário das pessoas. Para matar a curiosidade e tornar a ciência acessível a todos, vários grupos, laboratórios e projetos levaram instrumentos de pesquisa para a exposição.

Pedro Henrique Oliveira, de 7 anos, participou do Ciência na Praça com os pais e o irmão mais velho, João, de 10 anos. Entusiasmado com as explicações da exposição “A água não está para peixe”, o estudante do 2º ano viu pelo microscópio células de peixe contaminadas.  “Foi a primeira vez que vi algo pelo microscópio, foi muito legal”, comemorou Oliveira.


Entre os instrumentos presentes no Ciência na Praça estavam lupas, placas de petri (recipiente redondo e transparente usado geralmente para cultura de bactérias e fungos), tubos de ensaio, redes entomológicas para coleta de insetos e armadilhas fotográficas. As câmeras trap - armadilhas fotográficas, por exemplo, são instaladas em árvores para inventário e monitoramento de mamíferos como cutias, macacos, onças e tamanduás. As fotos expostas foram capturadas na Base Alto Cuieiras e no Bosque da Ciência. 


“Nosso Grupo de Pesquisa de Mamíferos Amazônicos trouxe moldes de pegadas de anta, onça vermelha e onça pintada, armadilhas fotográficas de diferentes modelos, antigas e modernas, além de registros com armadilhas fotográficas, vídeos e desenhos de colorir para as crianças”, contou o bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI), Alexander Arévalo. 


O Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (Programa-LBA) apresentou a instrumentação de uma estação meteorológica automática equipada com sensores, painel solar e datalogger, dispositivo que armazena os dados que são baixados para os estudos. A estação mede velocidade e direção do vento, radiação solar, quantidade de chuva (pluviômetro), temperatura e umidade relativa do ar.  


O Programa também expôs pluviômetros utilizados pelo grupo de hidrologia e uma maquete da Torre K-34. Instalada no sítio experimental ZF-2, próximo a Manaus, a torre monitora fluxos de energia, gás carbônico, água na atmosfera e outras medições auxiliares, dados importantes para entender a resposta hidrológica da Amazônia à mudança do clima. No total, o LBA conta com uma rede de quase 20 torres que estão distribuídas no Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso. 


Apoio


A programação especial contou com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC).


Fonte: Ascom Inpa

Foto: Fernanda Werneck (drone)

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