Tragédia em João Pessoa expõe urgência no cuidado a jovens com transtornos mentais

Tragédia em João Pessoa expõe urgência no cuidado a jovens com transtornos mentais

Morte de rapaz de 19 anos ao invadir jaula de leoa reacende debate sobre acolhimento, tratamento e vulnerabilidade de famílias que convivem com adoecimento mental.


Por Paulo Paixão | Amazônia Realidade

A morte de um jovem de apenas 19 anos, identificado pelo Instituto de Polícia Científica (IPC) como Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho, comoveu João Pessoa e reacendeu um debate nacional sobre o cuidado, o acompanhamento e as oportunidades de tratamento para pessoas com transtornos mentais no Brasil. O rapaz morreu neste domingo (30) após invadir o recinto de uma leoa no zoológico da capital paraibana.

De acordo com informações do G1, Gerson escalou uma parede de mais de seis metros, ultrapassou as grades de proteção e utilizou uma árvore como apoio para entrar na jaula. A Polícia Militar e equipes do IPC estiveram no local, e relatos apontam que o jovem tinha transtornos mentais — um alerta sobre o quanto a falta de suporte adequado pode colocar vidas em risco.
A tragédia evidencia um problema estrutural que afeta milhares de famílias, principalmente as mais pobres: o desafio de garantir tratamento contínuo, acolhimento e acompanhamento especializado.

Embora exista uma rede pública de saúde mental — com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ambulatórios e equipes de atendimento comunitário — o acesso ainda é desigual, e muitas famílias enfrentam filas, falta de profissionais, dificuldade de transporte e ausência de suporte social.

A dor da perda do jovem provoca uma reflexão urgente: quem cuida de quem sofre de transtornos mentais? E, sobretudo, quem ampara as famílias que, muitas vezes, lutam sozinhas para garantir segurança, tratamento e dignidade a seus entes queridos.
Após o ataque, o zoológico de João Pessoa foi fechado e as visitas suspensas, sem previsão de reabertura. A prefeitura informou que abriu uma apuração sobre as circunstâncias do caso, manifestou solidariedade à família e declarou que o espaço segue normas técnicas e de segurança.

Enquanto isso, a morte de Gerson se soma a tantas outras histórias que revelam a fragilidade do sistema de saúde mental no país — e reforça a necessidade de políticas públicas que enxerguem, com urgência e humanidade, jovens que, como ele, ainda tinham toda uma vida pela frente.

Foto : Reprodução 

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