Povos indígenas e comunidades tradicionais apresentam soluções para o clima na COP 30

Povos indígenas e comunidades tradicionais apresentam soluções para o clima na COP 30

Evento paralelo na Zona Azul destaca experiências de adaptação climática desenvolvidas nos territórios

Belém (PA) - Tema crucial na 30ª Conferência do Clima em Belém (PA), a adaptação climática feita por povos indígenas e comunidades tradicionais será debatida na mesa “Soluções Territoriais para o Clima”, que acontecerá no dia 12 de novembro, às 15h, na Sala 9 da Zona Azul. O evento é uma iniciativa da Rede de Cooperação Amazônica (RCA), do Instituto Socioambiental (ISA) e da Operação Amazônia Nativa (OPAN).


O evento tem como objetivo conectar as soluções locais e resilientes com a discussão global, influenciando diretamente as negociações internacionais sobre o futuro da adaptação. “Em um contexto em que a adaptação emerge como tema central, é fundamental reconhecer e integrar os conhecimentos e as ações desses grupos, que estão mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas”, destaca Andreia Fanzeres, coordenadora do Programa de Direitos Indígenas da OPAN.


Lideranças indígenas e quilombolas de diferentes territórios compartilharão suas experiências.

 

A mesa contará com lideranças indígenas e quilombolas de diferentes territórios e gerações. Davi Kopenawa, da Hutukara Associação Yanomami (AM e RR); Cleide Terena, da Associação  Thutalinãnsu, das Mulheres Indígenas da Terra Indígena Tirecatinga (MT); Luene Karipuna, da Associação Mulheres Indígenas em Mutirão (AP); Katia Penha, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (ES); e Ewesh Yawalapiti Waurá, da Rede Xingu+ (MT).


Conectando soluções locais à agenda global


O encontro tem como foco apresentar não apenas as práticas indígenas e de comunidades tradicionais para a adaptação nos territórios, mas suas estratégias para o desenvolvimento dos instrumentos de gestão vinculados ao desafio climático, que já é uma realidade em suas vidas, como secas extremas, inundações e insegurança alimentar.


Ao mesmo tempo, a mesa pretende conectar as experiências com o debate internacional sobre o Objetivo Global de Adaptação (GGA), que será um dos eixos centrais de decisão da COP 30. A proposta é mostrar que as soluções desenvolvidas nas comunidades não apenas respondem aos impactos locais, mas também contribuem diretamente para metas globais de adaptação e resiliência.


“Esperamos qualificar o debate sobre adaptação climática, apoiar a caracterização do contexto de mudanças climáticas globais, a partir dos territórios amazônicos, conectar as diversas entidades engajadas no evento com as discussões e atores e atrizes globais e influenciar nas negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês", ressalta Ciro Brito, analista de políticas climáticas do ISA.


A escuta é essencial para assegurar que o marco global de adaptação reflita as necessidades e as contribuições específicas dos povos indígenas e comunidades tradicionais. "A todo tempo nós observamos as mudanças do território e temos nos colocado a aprender com ele mesmo tendo os impactos gravíssimos. Então eu acredito que esses são os maiores exemplos de estratégia de adaptação para as mudanças climáticas através dos conhecimentos tradicionais do chão do nosso território”, avalia Luene Karipuna, representante da RCA.


Fonte: OPAN

Foto: Divulgação



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