Casos confirmados de intoxicação mostram que o risco permanece alto e a fiscalização ainda é falha
Por Redação | Amazônia Realidade
Brasília (DF) – O perigo que ronda o consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa voltou a assustar o país. O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (23) que o número de mortes por intoxicação por metanol subiu de 10 para 15 vítimas. O aumento reforça o alerta sobre o risco persistente de produtos clandestinos contaminados circulando em várias regiões do Brasil.
As mortes confirmadas ocorreram em São Paulo (9), Paraná (3) e Pernambuco (3). Outros nove óbitos ainda estão sob investigação em cinco estados: Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo o boletim nacional, já são 58 casos confirmados e 50 sob análise, o que demonstra que o problema está longe de ser controlado.
O estado de São Paulo concentra o maior número de notificações, com 44 casos confirmados. Também há registros em Pernambuco (5), Paraná (6), Rio Grande do Sul (1), Mato Grosso (1) e Tocantins (1). Os dados foram compilados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (Cievs), órgão responsável por monitorar surtos e emergências sanitárias no país.
Um risco que pode estar perto de você
O metanol é uma substância altamente tóxica, usada em solventes e combustíveis, mas nunca deve estar presente em bebidas destinadas ao consumo humano. Mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência múltipla de órgãos e morte. O perigo é maior porque muitos consumidores não conseguem identificar a adulteração apenas pelo gosto ou aparência da bebida.
Autoridades de saúde reforçam o alerta: beba apenas produtos industrializados com selo de controle e origem comprovada. O consumo de cachaças, vodcas ou destilados sem registro continua sendo um grave risco à vida.
Sintomas e cuidados urgentes
Quem ingerir bebida suspeita e apresentar sintomas como dor abdominal intensa, tontura, visão turva ou confusão mental deve procurar atendimento médico imediatamente. Segundo o Ministério da Saúde, o socorro nas primeiras seis horas após o início dos sintomas é crucial para evitar sequelas graves ou morte.
Falta de fiscalização e impunidade alimentam o problema
Especialistas apontam que o baixo controle sanitário e a produção clandestina em várias regiões do país são os principais fatores que mantêm o perigo do metanol presente nas prateleiras e festas populares. A ausência de fiscalização rigorosa e a impunidade dos responsáveis também contribuem para que o crime continue lucrativo.
Enquanto as autoridades tentam conter o avanço das notificações, o Brasil enfrenta um novo alerta de saúde pública: a bebida contaminada com metanol ainda circula — e pode estar mais perto do que se imagina.
Fonte: Ministério da Saúde
Foto: Divulgação

Postar um comentário