Objeto vindo de fora do Sistema Solar alcançou o ponto mais próximo do Sol nesta semana, despertando interesse global e intensificando estudos sobre sua composição e origem
Por Redação|Amazônia Realidade
Manaus(AM) - O cometa 3I/ATLAS, terceiro objeto interestelar já identificado em passagem pelo Sistema Solar, atingiu nesta semana o periélio — ponto de maior aproximação do Sol — a cerca de 1,35 unidade astronômica (202 milhões de quilômetros) da estrela. A descoberta, considerada um marco para a astronomia moderna, vem sendo acompanhada por agências espaciais e observatórios de todo o mundo.
De acordo com a NASA e a União Astronômica Internacional (IAU), o 3I/ATLAS possui uma trajetória hiperbólica, o que comprova sua origem fora do Sistema Solar. Ele viaja a uma velocidade estimada de 32 km por segundo e não está sob influência gravitacional do Sol, o que significa que, após sua passagem, continuará seu percurso interestelar rumo ao espaço profundo.
Origem e composição incomuns
Estudos preliminares sugerem que o cometa possui uma composição química atípica, com alta concentração de dióxido de carbono (CO₂) em relação à água, além de partículas metálicas raras. Essa combinação indica que o corpo celeste pode ter se formado em uma região extremamente fria de outro sistema estelar, há mais de sete bilhões de anos, antes mesmo da formação do Sistema Solar.
“A análise espectral do 3I/ATLAS pode nos oferecer pistas sobre os primeiros estágios da formação planetária em outras partes da galáxia”, afirmou a astrônoma Jennifer Burt, da NASA, em nota divulgada nesta quinta-feira (30).
Fenômeno natural e sem riscos
A agência espacial norte-americana reforça que não há qualquer risco de impacto com a Terra. O 3I/ATLAS permanecerá visível apenas por telescópios de alta precisão e por sondas espaciais, já que a sua trajetória o mantém a milhões de quilômetros do planeta.
O cometa chamou a atenção recentemente por apresentar uma coloração verde-azulada incomum, resultado da interação da luz solar com gases liberados de sua superfície — um fenômeno natural e comum em corpos gelados que se aproximam do Sol.
A importância científica do 3I/ATLAS
A passagem do 3I/ATLAS representa uma oportunidade única para a ciência moderna. Por se tratar de um corpo vindo de outro sistema estelar, ele pode funcionar como uma “mensagem congelada” sobre as condições químicas de outras regiões da Via Láctea.
Com essa terceira visita registrada — após os objetos interestelares ʻOumuamua (1I/2017 U1) e 2I/Borisov (2019) —, os astrônomos esperam consolidar um novo campo de estudo: a astroquímica interestelar, voltada a entender a matéria primordial que circula entre as estrelas.
“Esses visitantes cósmicos nos lembram de que o Sistema Solar não está isolado. Somos parte de um universo em constante movimento e troca de matéria”, afirmou a pesquisadora Luciana Fernandes, do Observatório Nacional.
Fonte: NASA
Foto: Reprodução/Internet

Postar um comentário