Placar está 2 a 1 pela condenação; ministra representa milhões de mulheres ofendidas e desrespeitadas pelo ex-presidente desde o baixo clero até o Planalto
Por Redação | Amazônia Realidade
A história do Brasil vive um momento de justiça simbólica e concreta. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (11/09) o julgamento da tentativa de golpe de Estado de 2022, com a ministra Cármen Lúcia, única mulher da Primeira Turma, assumindo o protagonismo de um voto que poderá ser decisivo para o destino do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e de outros sete réus.
Até aqui, o placar está em 2 a 1 pela condenação: Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram para punir todos os acusados, enquanto Luiz Fux divergiu, absolvendo Bolsonaro por falta de provas e defendendo absolvições parciais para outros investigados.
A expectativa em torno do voto de Cármen Lúcia vai além do aspecto jurídico. Ela carrega consigo o peso histórico de falar em nome de milhões de mulheres brasileiras que foram ofendidas e desrespeitadas por Bolsonaro durante décadas de vida pública, desde seus tempos no baixo clero do Congresso Nacional até sua passagem pelo Palácio do Planalto. Neste julgamento, sua manifestação simboliza não apenas a defesa da democracia, mas também a reparação moral de tantas agressões dirigidas às mulheres.
Já há maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Walter Braga Netto que era vice na chapa de Bolsonaro, pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O voto da ministra poderá consolidar a linha de responsabilização também para os demais acusados, entre eles nomes de peso como, Augusto Heleno, Anderson Torres, Paulo Sérgio Nogueira e Almir Garnier.
O julgamento, que tem caráter histórico, se projeta como um marco não apenas na defesa das instituições democráticas, mas também como um ato de justiça com o "tempo ao tempo": depois de anos de ataques e tentativas de deslegitimação do papel das mulheres na política, uma mulher no Supremo tem a chance de dar a palavra que poderá selar o destino do chefe da organização criminosa e seus cúmplices.
Placar do julgamento até agora
- Alexandre de Moraes → condena todos os réus
- Flávio Dino → condena todos os réus
- Luiz Fux → absolve Bolsonaro e diverge parcialmente sobre outros acusados
Situação: 2 a 1 pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus.
Crimes em julgamento
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
O julgamento está previsto para reiniciar às 14h desta quinta-feira na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Foto: Reprodução/ TV Justiça

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