Trabalhadores da construção civil aprovam estado de greve e ameaçam paralisação geral a partir de junho

Trabalhadores da construção civil aprovam estado de greve e ameaçam paralisação geral a partir de junho

Assembleia reúne centenas de operários em Manaus com apoio de lideranças políticas e sindicais. Sasá da Construção lidera movimento histórico no setor


Paulo Paixão | Amazônia Realidade

Manaus (AM) – Em uma assembleia marcada por grande mobilização, os trabalhadores da construção civil do Amazonas aprovaram, na manhã deste sábado (10), o estado de greve da categoria. A decisão representa um alerta formal aos empregadores: se a pauta de reivindicações não for atendida, uma paralisação por tempo indeterminado terá início em junho.

O movimento, conduzido por Sasá da Construção – presidente da Associação da Construção Civil e secretário extraordinário de articulação política –, foi respaldado por forte presença da base e apoio de lideranças políticas e sindicais. Em seu discurso, Sasá fez um apelo direto à união dos operários:

“Pra conseguir benefício, temos que estar juntos. Em junho, nós vamos parar geral! São profissionais especializados, e às vezes a empresa não quer pagar o que eles merecem. Por isso estamos juntos nessa luta pelos trabalhadores. Juntos somos fortes!”, afirmou.


A pauta dos trabalhadores inclui reajuste salarial, plano de saúde mais completo, reforço na cesta básica, auxílio alimentação e melhorias nas condições de trabalho nos canteiros. Representantes da categoria denunciam jornadas exaustivas, exposição a riscos e falta de valorização profissional.

A paralisação, caso confirmada, pode impactar obras públicas essenciais – como escolas, unidades de saúde, moradias e infraestrutura viária –, além de atrasar grandes empreendimentos privados em andamento na capital e no interior do estado.


O deputado estadual Sinésio Campos, presente na assembleia, reforçou o apoio à mobilização:
“Não existe categoria forte sem união. Um pedreiro não levanta uma casa sozinho. O trabalhador precisa ser respeitado e bem pago. Estarei com vocês na ALEAM, defendendo essa pauta! O patrão só respeita quando vê que o trabalhador está organizado – e vocês estão!”, disse.

A superintendente regional do Ministério do Trabalho, Francinete Lima, também destacou o papel do sindicato:
“O papel do Ministério é garantir os direitos do trabalhador. O sindicato tem papel fundamental em todas as vitórias que essa categoria já teve. Estamos aqui para ouvir e construir soluções juntos”, afirmou.

Com o estado de greve aprovado, o setor patronal tem agora um prazo limitado para avançar nas negociações. Caso não haja resposta concreta, o Amazonas poderá vivenciar uma das maiores paralisações do setor, afetando diretamente a economia e a vida de milhares de famílias que dependem da construção civil.

Fotos: Paulo Moura

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