Editorial | "A favela venceu": quando a trajetória de vida encontra a oportunidade certa

Editorial | "A favela venceu": quando a trajetória de vida encontra a oportunidade certa


Manaus (AM) - A cena vivida nesta quinta-feira (24), durante a reinauguração da feira do bairro São Jorge, em Manaus, foi muito mais do que um ato administrativo. Foi um momento simbólico, carregado de significado social, político e humano. O prefeito David Almeida, filho de feirante, criado no Morro da Liberdade, devolveu à população um espaço digno de trabalho e convivência — e, com isso, resgatou também sua própria história.

Ao afirmar que “a favela venceu”, David não fazia apenas uma metáfora. Ele traduzia em palavras aquilo que muitos ainda duvidam ser possível: a ascensão de quem veio de baixo, venceu a invisibilidade social e chegou ao topo da gestão pública da maior cidade da Amazônia. Sua fala não foi sobre um feito individual. Foi sobre representatividade, superação e fé.

Ao citar o vice-prefeito Renato Junior, também com raízes nas feiras da capital, David reforçou que a história dos dois se conecta com a realidade de milhares de manauaras que, todos os dias, madrugam para montar suas bancas e alimentar a cidade. Gente simples, batalhadora, que raramente se vê nos espaços de decisão — mas que hoje se vê representada.

Não por acaso, já são 24 feiras reformadas sob sua gestão, e outras 11 virão. A requalificação desses espaços vai além da infraestrutura: valoriza os trabalhadores, melhora a economia local e fortalece os laços comunitários. Quando a gestão pública se conecta com as raízes do povo, os resultados vão além do concreto e do asfalto. Tocam o espírito e reacendem a esperança.

Este editorial reconhece que histórias como a de David Almeida e Renato Junior são, sim, inspiradoras. Mas também nos lembram de um dever coletivo: garantir que talentos e lideranças possam surgir de todos os lugares, sem que a origem social seja um obstáculo. Oportunidade é uma chave poderosa — e, nas mãos certas, pode abrir portas para uma cidade mais justa, humana e possível.

Paulo Paixão | Amazônia Realidade

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