Genocídio indígena: garimpo ilegal está matando crianças Yanomami e não é de hoje…

Genocídio indígena: garimpo ilegal está matando crianças Yanomami e não é de hoje…

Nos últimos quatro anos, a expansão do garimpo ilegal na Amazônia provocou centenas de mortes na maior Terra Indígena do país

Protesto de povos indígenas contra o garimpo ilegal em abril de 2022

Genocídio indígena: garimpo ilegal está matando crianças Yanomami e não é de hoje… esteve na região e denunciou a abertura de uma estrada de 150 quilômetros construída pelos garimpeiros que, ao facilitar a entrada das primeiras escavadeiras hidráulicas, eleva a ilegalidade para um patamar de devastação muito mais grave e aprofunda o desespero dos Yanomami.

Na mesma ocasião também flagramos a abertura irregular de uma nova pista de pouso, com cerca de 1 km de extensão e pelo menos 30 metros de largura, e que está associada a estrada ilegal. Essa nova pista tem a função de garantir o suprimento logístico para o funcionamento dos garimpos na região do alto curso do rio Catrimani.  

Nova pista de pouso ilegal dentro da TI Yanomami descoberta pelo Greenpeace Brasil em dezembro de 2022

Alerta de genocídio 

A fome, a violência e a contaminação por mercúrio acentuadas pela negligência do governo Bolsonaro têm sido fatais. Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que, nos últimos quatros anos, 570 crianças com menos de 5 anos morreram por doenças evitáveis e pelo menos 21 ofícios com pedido de ajuda foram ignorados pela gestão do ex-presidente.

Em 2021, a preocupação com o risco de genocídio e o garimpo ilegal chegou a ser denunciada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Penal Internacional (TPI), mas a negligência federal seguiu e a ilegalidade também, o que fez crescer as facções criminosas e conflitos graves contra indígenas, como assassinatos, estupros e aliciamento de vulneráveis. 

Protesto de povos indígenas contra o garimpo ilegal no Acampamento Terra Livre em abril de 2022

Emergência decretada

No último sábado (21), o presidente Lula esteve no território Yanomami e declarou Situação de Emergência na saúde pública do povo Yanomami. Além do aumento da mortalidade infantil, foram registrados 11.530 casos confirmados de malária só no ano passado. 

O atual governo também se comprometeu publicamente a acabar com o garimpo ilegal que já atinge 273 das 371 comunidades do território Yanomami. A Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que o Ibama e a Polícia Federal, com auxílio do Ministério da Defesa, vão atuar em conjunto para retirar os garimpeiros e desmobilizar suas estruturas. Seguiremos acompanhando e cobrando para que as devidas providências sejam tomadas. 

Fim do garimpo e a proteção dos direitos indígenas

Considerando a disposição do Presidente da República em reverter o avanço do garimpo ilegal na Floresta Amazônica, é fundamental que o atual governo vá além das ações de combate e controle. Para isso, será necessário um conjunto amplo de políticas socioeconômicas estruturantes e inovadoras, com mais investimentos em tecnologia e ciência alinhados aos conhecimentos tradicionais da região. Somente com essas políticas teremos alguma chance de superar o garimpo e constituir uma nova ordem econômica capaz de conviver com a floresta e garantir os direitos fundamentais dos mais de 28 milhões de brasileiros que habitam a Amazônia.

Se quiser saber mais e ajudar com doações, acesse os portais e as redes sociais das organizações indígenas:

• APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil);

• Coiab (Coordenação das Organizações dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileiras);

• Hutukara (Associação Yanomami). 

• Urihi Associação Yanomami

www.greenpeace.org/brasil

Fonte: Greenpeace Brasil
Fotos: Divulgação

Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem

TCE AM

http://www2.tce.am.gov.br