Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema mundial e da causa animal, aos 91 anos

Morre Brigitte Bardot, ícone do cinema mundial e da causa animal, aos 91 anos

Estrela dos anos 1950, atriz francesa trocou a fama internacional pelo ativismo em defesa dos animais

Por Redação | Amazônia Realidade


A atriz, cantora e ativista francesa Brigitte Bardot morreu aos 91 anos. A informação foi confirmada neste domingo(28), pela Fundação Brigitte Bardot, instituição criada por ela e dedicada à defesa dos direitos dos animais. A causa da morte, assim como o local e o horário do falecimento, não foram divulgados.

Em nota oficial, a fundação lamentou a perda de sua fundadora e presidente, destacando que Bardot abriu mão de uma carreira consagrada no cinema para dedicar sua vida à proteção animal, causa que abraçou com intensidade a partir da década de 1970.


De bailarina a estrela mundial do cinema francês


Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em Paris, em 28 de setembro de 1934. Formou-se em balé clássico no Conservatório Nacional de Música e Dança antes de ser descoberta pelo cinema. Aos 15 anos, já chamava atenção como modelo, estampando capas de revistas de moda, como a francesa Elle.

A estreia no cinema ocorreu em 1952, mas foi em 1956 que alcançou fama internacional ao protagonizar E Deus Criou a Mulher, dirigido por Roger Vadim, seu então marido. O filme, marcado por sensualidade e ousadia, provocou escândalos e chegou a ser censurado nos Estados Unidos, o que impulsionou ainda mais sua popularidade.


Símbolo de liberdade feminina e revolução cultural


Brigitte Bardot tornou-se um dos maiores ícones culturais do século XX, associada à liberdade sexual feminina e à quebra de padrões conservadores. Descrita como “a mulher que inventou Saint-Tropez”, ajudou a transformar a pequena cidade francesa em referência mundial de estilo e comportamento.

Ao longo da carreira, atuou em mais de 45 filmes e gravou cerca de 70 músicas. Seu estilo influenciou gerações: a chamada “pose Bardot” e o decote ombro a ombro, que leva seu nome, tornaram-se marcas registradas de uma estética ousada e atemporal.


Relação marcante com o Brasil e legado em Búzios


No Brasil, Bardot deixou um legado especial em Armação dos Búzios (RJ). Em 1964, visitou a então vila de pescadores em busca de refúgio dos holofotes internacionais. Sua presença transformou a cidade em destino turístico internacional.

Apesar da segunda visita ter sido marcada por assédio da imprensa, a passagem da atriz impactou a economia local e permanece viva na memória da cidade, que batizou sua orla como Orla Bardot e instalou uma estátua de bronze em sua homenagem.


Vida pessoal intensa e relação conturbada com a maternidade


Bardot teve quatro casamentos ao longo da vida: Roger Vadim, Jacques Charrier, Gunter Sachs e Bernard d’Ormale, com quem permaneceu desde 1992. Teve um único filho, Nicolas-Jacques, fruto do casamento com Charrier, com quem manteve uma relação distante durante muitos anos.

A atriz declarou publicamente que não se sentia preparada para a maternidade. A reconciliação entre mãe e filho ocorreu apenas décadas depois, em 1996.


Ativismo pelos direitos dos animais e controvérsias


Aos 39 anos, em 1973, Brigitte Bardot aposentou-se definitivamente do cinema. Em 1986, criou a Fundação Brigitte Bardot, voltada ao resgate, proteção e defesa dos animais. Vegetariana convicta, tornou-se uma das vozes mais influentes do ativismo animal no mundo, financiando campanhas internacionais e ações humanitárias.

Apesar do reconhecimento por sua atuação humanitária, Bardot também esteve envolvida em polêmicas. Foi condenada em 2004 por incitação ao ódio racial e gerou debates ao manifestar apoio à extrema direita francesa, especialmente à líder Marine Le Pen.


Uma figura que desafia rótulos


Para amigos e biógrafos, Brigitte Bardot foi uma personalidade impossível de enquadrar em definições simples. Ícone cultural, símbolo de rebeldia, ativista apaixonada e figura controversa, deixou uma marca profunda na história do cinema, da moda e do ativismo mundial.

Com sua morte, encerra-se um capítulo singular da cultura do século XX, mas permanece vivo um legado que continua a inspirar debates, paixões e transformações.


Foto: Reprodução Instagram

Com informações da Fundação Brigitte Bardot

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