Datafolha revela vantagem sólida de Lula e expõe desgaste do bolsonarismo na disputa de 2026

Datafolha revela vantagem sólida de Lula e expõe desgaste do bolsonarismo na disputa de 2026

Pesquisa mostra presidente liderando com folga e reforça percepção de que Lula governa para todo o país, enquanto Flávio Bolsonaro encarna projeto familiar de poder rejeitado pela maioria


Por Redação | Amazônia Realidade

Manaus (AM) – A mais recente pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial de 2026 escancara um cenário desconfortável para a extrema direita e, especialmente, para o clã Bolsonaro. Segundo o levantamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria com ampla vantagem um possível segundo turno contra Flávio Bolsonaro (PL), abrindo 15 pontos de frente – 51% a 36%.

Os números confirmam uma tendência: enquanto Lula mantém uma imagem de governante republicano, que dialoga com estados e municípios de todos os partidos, Flávio Bolsonaro simboliza a tentativa de perpetuação familiar no poder, priorizando interesses do próprio grupo político. A pesquisa reforça ainda que a direita tradicional e o chamado Centrão — que por anos votaram contra pautas sociais e em favor das elites econômicas — não conseguem construir um nome competitivo nacionalmente.

A escolha de Bolsonaro e a rejeição crescente da extrema direita

O anúncio de Flávio Bolsonaro como candidato oficial do pai ocorreu poucos dias antes da publicação do Datafolha. Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, tenta manter sua influência sobre a direita mesmo estando juridicamente inelegível por décadas. A decisão, porém, desagradou partidos do próprio campo conservador, como MDB, PSD e setores do Centrão, que também possuem presidenciáveis mais viáveis — e que não carregam o desgaste do sobrenome Bolsonaro.

Os dados da pesquisa reforçam essa preocupação: Lula 51% x Flávio Bolsonaro 36%. Em julho, o placar era 48% x 37%, mostrando que o desgaste do clã aumentou. Para aliados, a escolha de Flávio é sintoma de um projeto que não representa o país, mas apenas o interesse da própria família, cuja atuação no Congresso nos últimos anos se voltou quase exclusivamente a temas de autopreservação política e ataques a instituições democráticas.

Governadores da direita também perdem de Lula

A rejeição ao bolsonarismo não se limita ao sobrenome da família. Outros nomes testados pelo Datafolha também ficam atrás do presidente:

Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP): 23% x 41% para Lula

Ratinho Jr. (PSD-PR): 12% x 41%

Ronaldo Caiado (União Brasil-GO): 7% x 41%

Romeu Zema (Novo-MG): 6% x 41%

Mesmo Michelle Bolsonaro, que por vezes aparece como alternativa, amarga 24% contra os mesmos 41% de Lula.

A leitura política é evidente: a extrema direita fracassa em apresentar um nome competitivo. Todos os candidatos que orbitam Bolsonaro carregam as mesmas marcas de radicalização e agenda restrita a nichos ideológicos.

Primeiro turno: Lula segue líder absoluto

No primeiro turno, a vantagem de Lula permanece ampla. O petista soma 41%, enquanto Flávio Bolsonaro tem apenas 18%, desempenho inferior ao de outros governadores e até de Michelle Bolsonaro.
Mesmo em cenários com Eduardo Bolsonaro no lugar de Flávio, o resultado é idêntico: 41% x 18%. Para analistas, esse dado reforça que o “peso” eleitoral da família Bolsonaro está diminuindo, ao contrário do que defende o discurso do próprio grupo.

A rejeição que derruba o bolsonarismo

A pesquisa Datafolha também mostra o segundo fator mais determinante de uma eleição presidencial: a taxa de rejeição.
Jair Bolsonaro: 45%
Lula: 44% (empatado dentro da margem de erro)
Entretanto, o dado que mais preocupa a extrema direita é este:
Flávio Bolsonaro: 38% de rejeição
Eduardo Bolsonaro: 37%
Michelle Bolsonaro: 35%
Sem nunca terem disputado uma eleição presidencial, os herdeiros políticos de Bolsonaro já chegam ao jogo com desgaste equivalente ao de veteranos cheios de escândalos.
Enquanto isso, governadores da direita moderada possuem índices muito menores:
Zema: 21%
Ratinho Jr.: 21%
Tarcísio: 20%
Caiado: 18%

A mensagem das ruas é clara: o país está cansado da radicalização e do projeto familiar de poder.

Um presidente republicano versus um clã político fechado em si

A diferença central entre Lula e Flávio Bolsonaro — e que aparece nas pesquisas — está no contraste entre:

• Um presidente que governa para todos os estados, independentemente de bandeira política

Lula destinou recursos a prefeituras e governos de todas as siglas, inclusive dos adversários mais ferrenhos.

• Uma família que usa seu capital político para proteger a si própria

O clã Bolsonaro concentrou sua atuação no Congresso em autoproteção jurídica, ataques à democracia e votações alinhadas aos interesses do mercado financeiro e dos setores mais ricos.

Essa desconexão com as necessidades reais da população — emprego, saúde, educação, estabilidade econômica — ajuda a explicar por que o bolsonarismo perdeu força e não conseguiu se renovar.

Cenário final: vantagem de Lula é consistente, mas Planalto acende alertas

Embora os números sejam favoráveis ao presidente, o Datafolha indica que:
Lula tem alta rejeição, semelhante à de Bolsonaro;
Sua aprovação está estagnada em 32%;
A reprovação subiu para 38%.
Esses fatores mantêm o alerta ligado no Planalto, especialmente para o segundo turno.
Mesmo assim, no retrato atual, Lula entra na disputa com vantagem sólida, enquanto a extrema direita chega fragmentada, rejeitada e dependente de um sobrenome cada vez mais desgastado.

Foto: Reprodução Internet

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