Quase mil pescadores perdem licença no Amazonas após auditoria do Ministério da Pesca

Quase mil pescadores perdem licença no Amazonas após auditoria do Ministério da Pesca

Governo federal intensifica cruzamento de dados para combater fraudes no setor pesqueiro; medida atinge 9% dos registros cancelados em todo o país


Por Redação| Amazônia Realidade 

Manaus (AM) — O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) anunciou o cancelamento de 964 licenças de pescadores profissionais no Amazonas, como parte de uma operação nacional para combater fraudes e irregularidades no sistema de registro pesqueiro. O número representa 9,12% do total de 10.570 registros cancelados em todo o Brasil, conforme dados oficiais da pasta.

A medida, oficializada por portaria publicada na quinta-feira (6), faz parte de uma auditoria ampla sobre o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), criada para garantir maior transparência e segurança nas informações de quem atua legalmente na atividade.

Com o cancelamento, os pescadores atingidos perdem o reconhecimento formal da profissão e, consequentemente, ficam impedidos de acessar benefícios governamentais vinculados ao registro profissional — como programas de incentivo à pesca, linhas de crédito específicas e o seguro-defeso.

Segundo o MPA, a revisão identificou casos de pescadores cadastrados que também recebiam benefícios previdenciários e assistenciais incompatíveis com o exercício da atividade econômica, entre eles:

  • Aposentadoria por incapacidade permanente;
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos e pessoas com deficiência;
  • Outros benefícios previdenciários cumulativos não permitidos por lei.

O Ministério informou que a decisão faz parte de uma série de medidas para fortalecer o controle e prevenir fraudes no sistema, após anos de denúncias sobre registros irregulares e duplicados. “Nosso objetivo é manter o cadastro da pesca mais confiável, justo e livre de irregularidades”, destacou a nota da pasta.

Ainda segundo o MPA, as verificações continuarão sendo realizadas periodicamente, e os pescadores que se considerarem prejudicados poderão apresentar recurso administrativo, desde que comprovem o exercício regular da profissão e a inexistência de acúmulo indevido de benefícios.

O Amazonas, conhecido por possuir uma das maiores populações de pescadores artesanais do país, sentiu fortemente o impacto da medida. Representantes do setor afirmam que o cancelamento em massa pode gerar incerteza entre profissionais que dependem exclusivamente da pesca para sustentar suas famílias, especialmente nas comunidades ribeirimhas.

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