Governador de São Paulo articula contra a taxação dos bilionários e das casas de apostas, enfraquecendo programas sociais; rejeição sobe para 41%, segundo pesquisa Genial/Quaest
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), parece ter escolhido um lado — e não é o do povo. Ao articular com Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil) e deputados do Partido Liberal (PL) a retirada da proposta do governo federal que previa taxar os super-ricos e as casas de apostas (Bets) para financiar programas de educação, moradia e infraestrutura, Tarcísio confirma seu alinhamento ao centrão e aos interesses da elite econômica, em detrimento da população mais pobre.
A manobra, considerada uma traição à classe trabalhadora, ocorre no momento em que sua rejeição como possível candidato à Presidência em 2026 atinge 41%, segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest. Desde janeiro, o índice aumentou nove pontos percentuais, evidenciando o desgaste de sua imagem junto à opinião pública.
A pesquisa, realizada entre os dias 2 e 5 de outubro com 2.004 entrevistados em todo o país, mostra que Tarcísio vem perdendo apoio mês a mês. Em janeiro, a rejeição era de 32%, manteve-se estável até março, subiu para 33% em maio, 39% em agosto, 40% em setembro e agora chega ao maior patamar registrado: 41% em outubro.
Especialistas apontam que esse aumento de rejeição reflete não apenas sua postura política contrária aos programas sociais, mas também declarações desastrosas que reforçam uma imagem de frieza e insensibilidade social.
O caso metanol e o desprezo pela vida do povo
A pesquisa foi concluída antes da repercussão da declaração polêmica do governador sobre as mortes por intoxicação com metanol em São Paulo. Ao ser questionado sobre o caso — que já somava vítimas fatais —, Tarcísio respondeu:
“No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar.”
A frase, considerada desumana e elitista, gerou revolta nas redes sociais e críticas até entre aliados políticos. O comentário deixou ainda mais evidente o distanciamento do governador em relação à realidade das famílias pobres, que sofrem diariamente com produtos adulterados e a falta de fiscalização efetiva do Estado.
Entre o centrão e os bilionários
A articulação recente de Tarcísio com Ciro Nogueira, um dos caciques do centrão, e Antônio Rueda, presidente do União Brasil, teve como objetivo barrar a proposta de taxação dos super-ricos e das Bets.
A medida defendida pelo governo federal buscava usar parte dos lucros astronômicos dessas empresas e grandes fortunas para financiar moradias populares, melhorias na infraestrutura e programas educacionais voltados às comunidades mais vulneráveis.
Ao se opor à proposta, Tarcísio traiu o eleitorado que acreditava em seu discurso de eficiência e gestão pública, demonstrando que seu compromisso é com os grandes empresários e não com o povo brasileiro.
Enquanto o país luta contra a fome, o desemprego e a precariedade nos serviços públicos, o governador paulista prefere blindar os bilionários e proteger as casas de apostas, que movimentam bilhões de reais e quase nada retornam em benefícios sociais.
Rejeição em alta e futuro político incerto
A rejeição crescente a Tarcísio de Freitas revela o cansaço popular com a velha política e seus conchavos com o centrão. O mesmo bloco político que há anos trava as pautas de interesse do povo, agora ganha força com o apoio de quem, no discurso, dizia representar a “nova política”.
Com 41% de rejeição e uma imagem cada vez mais associada à defesa dos privilégios, Tarcísio enfrenta um caminho difícil até 2026. A tentativa de se viabilizar como sucessor do bolsonarismo esbarra na percepção de que seu governo e suas alianças servem mais ao capital do que ao cidadão comum.
Fonte: ICL Notícias
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
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