Multidões históricas tomam as ruas em todos os 50 estados, num recado claro de rejeição ao autoritarismo e às políticas agressivas do ex-presidente.
Por Redação | Amazônia Realidade
Uma onda de insatisfação popular varreu os Estados Unidos neste sábado (18), com multidões históricas saindo às ruas em mais de 2.500 protestos para expressar seu profundo descontentamento com a política e o legado de Donald Trump. Sob o poderoso lema "No Kings" (Sem Reis), os manifestantes denunciaram o que veem como um deslize perigoso do país em direção ao autoritarismo.
A revolta não é por uma única causa, mas sim um caldeirão de indignação contra os pilares da agenda trumpista. Os manifestantes citam como motivação:
· A repressão violenta a imigrantes pelas operações do ICE.
· O envio de tropas federais para conter protestos em cidades americanas.
· Os cortes severos em programas sociais, especialmente na área da saúde, que afetam milhões.
· Uma percepção geral de ameaça à democracia, com um executivo que constantemente confronta o Congresso e o Judiciário.
Enquanto o governo federal permanece paralisado por um impasse político—um reflexo direto da polarização que Trump alimenta—o povo foi às ruas para ser ouvido. Cartazes como “Resista ao Fascismo” e “Nada é mais patriótico do que protestar” transformaram os locais de protesto em um grande ato de resistência cívica, com um clima de "festa de rua" que não escondia a seriedade do recado.
De Times Square, em Nova York, ao Grant Park, em Chicago, os americanos enviaram uma mensagem unificada: a de que rejeitam a visão de um líder com ares de rei. A insatisfação transbordou as fronteiras dos EUA, com protestos de solidariedade ocorrendo em frente à embaixada americana em Londres e nas cidades de Madrid e Barcelona.
A resposta da classe política e a radicalização do discurso
Enquanto líderes democratas e independentes, como Bernie Sanders, veem nos protestos um "antídoto necessário" às ações de Trump, a resposta do campo republicano foi de ataque. Lideranças aliadas ao presidente menosprezaram os milhares de cidadãos, classificando-os de "comunistas" e "marxistas em plena exibição"—um reflexo do tom divisivo que marcou sua presidência.
Para os organizadores, no entanto, o movimento vai além de um único protesto. Eles estão construindo uma oposição unificada e duradoura. Como resumiu Ezra Levin, cofundador do grupo Indivisible, um dos principais organizadores: “Não há maior ameaça a um regime autoritário do que o poder popular patriótico”.
O sábado mostrou que, longe de arrefecer, a insatisfação do povo americano com a sombra de Donald Trump na política nacional permanece viva, organizada e disposta a ocupar os espaços públicos para defender a democracia.
Fonte: ICL Notícias
Foto: Divulgação/AFP

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