Por Paulo Paixão | Amazônia Realidade
Enquanto o Brasil espera por justiça e por políticas que aliviem o custo de vida da maioria, o Congresso Nacional protagoniza uma das farsas mais cínicas e reveladoras de sua história recente. O que vemos em
Brasília não é apenas uma paralisia ou ineficiência; é uma ofensiva coordenada de uma elite política que declarou guerra aos interesses do povo brasileiro, protegendo criminosos, a si própria e aos mais ricos.
O estopim dessa máscara que caiu foi duplo. Primeiro, o justo e necessário julgamento dos golpistas de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (acusado pela PGR de ser o chefe da organização criminosa) e outros sete réus. A resposta da bancada bolsonarista e de seus aliados de ocasião não foi de repúdio à violência, mas de revolta contra a Lei. Imediatamente, ressurge no plenário a ameaça obscena de um projeto de anistia – uma manobra não apenas imoral, mas flagrantemente inconstitucional, que pretende perdoar quem tentou dinamitar a democracia com bombas e golpismo.
Qualquer tentativa de aprovar essa anistia esbarrará na barreira intransponível do artigo 5º, XLIII, da Constituição Federal, que torna expressamente inafiançáveis e insuscetíveis de anistia os crimes de terrorismo. Os atos golpistas de 8 de janeiro foram reconhecidos pelo STF precisamente nessa categoria. Portanto, caso aprovado, esse projeto será um convite à judicialização e à sua inevitável derrubada pelo Supremo, mostrando que o objetivo real não é legislar, mas sim fazer teatro e agitar a base em defesa de criminosos condenados.
É o Legislativo tentando criar um salvo-conduto para inimigos do Estado Democrático de Direito, mostrando que sua lealdade não é para com a Nação, mas para com a quadrilha. Paralelamente, a Polícia Federal escancara o mar de lama que envolve partidos do centrão, investigados por laços orgânicos com o crime organizado. São siglas que ocupam ministérios, comandam comissões e barganham apoio ao governo em troca de verbas e impunidade. Essa é a verdadeira face da “governabilidade” negociada: um pacto de poder que ignora a vontade das urnas e se alimenta da corrupção e da promiscuidade com as milícias.
E como se não bastasse a defesa de golpistas e a associação com criminosos, a cúpula do Congresso ainda sabota, com corpo mole deliberado, duas pautas econômicas cruciais para o cidadão comum. A proposta de isentar de imposto de renda quem ganha até cinco mil reais por mês – um alívio direto para milhões de lares – definha nas gavetas, sem urgência. Já a taxação de dividendos e fundos exclusivos, que faria a elite econômica pagar pela conta que sempre socializou, enfrenta uma resistência feroz e uma obstrução silenciosa. A mensagem não poderia ser mais clara: o sacrifício é para os de baixo; o privilégio, intocável, é para os de cima.
A cereja desse bolo de podridão foi a corajosa decisão do ministro do STF Flávio Dino, ao determinar que a Polícia Federal investigue o destino final das emendas do “orçamento secreto”. Esse mecanismo, símbolo da corrupção institucionalizada, supostamente desviou bilhões do erário para o balcão de negócios de parlamentares, sem transparência ou controle social. Investigá-lo é cutucar a ferida mais purulenta do presidencialismo de coalizão.
Este é, sem sombra de dúvidas, o pior Congresso da história democrática recente. Um Congresso inimigo do povo, que se move rapidamente para salvar a si mesmo e a seus pares, mas é lento e relutante para servir àqueles que realmente o sustentam com seus impostos e seu trabalho. É uma casa legislativa que opera em benefício próprio, um clube fechado onde o bem público é moeda de troca para negociatas, e a preservação de privilégios seculares, sua prioridade.
Cabe ao povo brasileiro, atento e indignado, reconhecer cada um desses agentes do atraso. E lembrar, nas próximas eleições, que o voto é a única arma constitucional para desmontar, cadeira por cadeira, essa coalizão da corrupção, do golpismo e do privilégio que hoje sequestra o futuro do país.
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#CongressoInimigoDoPovo
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#FimDoOrcamentoSecreto
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