Hugo Motta admite “tiro no pé” com PEC da Blindagem e reconhece força das ruas

Hugo Motta admite “tiro no pé” com PEC da Blindagem e reconhece força das ruas

Após protestos em todas as capitais, presidente da Câmara recua e fala em enterrar as “pautas tóxicas” que provocaram revolta popular

Por Redação|Amazônia Realidade 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reconheceu nesta segunda-feira (22) que a aprovação da chamada PEC da Blindagem — apelidada pela população de PEC da Bandidagem — e da urgência do projeto da Anistia foi um erro político grave. Segundo ele, é hora de “tirar da frente essas pautas tóxicas”, admitindo indiretamente que a Câmara deu um verdadeiro “tiro no pé” ao atender pressões do Centrão e de bolsonaristas.

As declarações vieram um dia após as massivas manifestações que tomaram as ruas de todas as capitais brasileiras no domingo (21). Milhões de brasileiros protestaram, nas ruas e na internet, contra a tentativa de blindagem de parlamentares de investigações criminais e contra a manobra que pode beneficiar Jair Bolsonaro e seus aliados com anistia.

“É chegado o momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara dos Deputados tenha tido, na semana passada, a semana mais difícil e desafiadora. Mas este presidente que vos fala… nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão”, afirmou Motta durante evento do mercado financeiro em São Paulo.

Pressão popular muda o rumo no Congresso

A reação da sociedade foi imediata e, segundo analistas, decisiva. O recuo de Motta mostra que o Congresso subestimou a insatisfação popular e acabou expondo a si próprio ao descrédito. Nas redes sociais, a rejeição à PEC da Blindagem ultrapassou 80%, e os atos de domingo mostraram que o Brasil não aceitará retrocessos na democracia.


Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, a repercussão negativa praticamente inviabilizou a tramitação da proposta no Senado, que deve enterrar a discussão por ora.

O acordo que explodiu em crise

A votação da PEC e da urgência da Anistia foi resultado de um acordo de Motta com o Centrão e bolsonaristas, após o episódio em que deputados ocuparam a mesa diretora em protesto contra a prisão de Jair Bolsonaro. A manobra, entretanto, custou caro: a imagem da Câmara ficou desgastada e os próprios parlamentares se viram forçados a recuar diante da pressão popular.

Brasil dá o recado

Os protestos de domingo foram categóricos: a população não aceitará blindagem de políticos nem perdão a golpistas. A resposta das ruas deixou claro que quem manda em uma democracia é o povo — e não conchavos de gabinete.

Agora, caberá ao Senado sepultar as chamadas “pautas tóxicas” e abrir espaço para temas de real interesse da população, como reforma administrativa, justiça tributária e segurança pública, conforme o próprio Motta declarou.

Fotos: Reprodução/Internet 

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