Manaus avança na coleta de resíduos, mas precisa acelerar educação ambiental para manter resultados

Manaus avança na coleta de resíduos, mas precisa acelerar educação ambiental para manter resultados

Balanço da Semulsp no primeiro semestre de 2025 aponta recordes na coleta e reciclagem, mas reforça: conscientização da população é o grande desafio.


Por Paulo Paixão | Amazônia Realidade

Manaus (AM) – Os números impressionam. A Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) divulgou nesta sexta-feira (9) o balanço das ações do primeiro semestre de 2025, revelando avanços consistentes na coleta de resíduos, no combate à poluição e no atendimento às comunidades rurais e indígenas. Ao todo, foram 435.575 toneladas de resíduos retiradas das ruas e igarapés, milhares de toneladas de recicláveis destinadas corretamente e ações robustas contra focos de doenças.

Apesar dos resultados positivos, um alerta ecoou durante o encontro com jornalistas: a educação ambiental precisa caminhar no mesmo ritmo das operações de limpeza. O próprio secretário da pasta, Sabá Reis, reconheceu que a participação ativa dos manauaras é essencial para que os números não fiquem apenas no papel. “Manaus está mais limpa e sustentável, mas ainda há muito a ser feito”, afirmou.

No campo da coleta e reciclagem, o destaque foi o recolhimento porta a porta, que somou 435.575 toneladas em 151 rotas pela cidade. Nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), instalados em 44 supermercados, foram retiradas 3.821 toneladas de recicláveis. Já a coleta agendada possibilitou o recolhimento de 16.720 itens volumosos, como móveis e eletrodomésticos, mediante agendamento prévio.

No combate à poluição e às doenças, as ecobarreiras removeram 3.927 toneladas de lixo dos rios, enquanto a Operação contra Pneus recolheu 43.398 unidades, contribuindo para a redução dos riscos de proliferação de dengue, chikungunya e outras enfermidades.

As ações também chegaram ao interior e a áreas de difícil acesso. Foram atendidas 25 comunidades rurais de Manaus e beneficiadas oito aldeias indígenas, como Três Unidos e Tuyuka. Nessas regiões, 18 garis comunitários atuam diariamente, e 11 lixeiras flutuantes foram instaladas para conter o descarte irregular de resíduos nos rios.

O investimento em tecnologia e sustentabilidade também marcou o semestre. O aplicativo Manaus Limpa foi desenvolvido para facilitar agendamentos e orientar sobre o descarte correto. Parcerias estratégicas com o setor privado fortalecem a economia circular e geram empregos, enquanto campanhas de educação ambiental são realizadas em escolas e bairros, incentivando a conscientização coletiva.

Mais que coletar, é preciso transformar hábitos. O desempenho da Semulsp demonstra capacidade de execução e investimento, mas, sem a adesão plena da população, os índices podem estagnar. A capital ainda enfrenta o descarte irregular, o acúmulo de lixo em igarapés e ruas, e a baixa adesão à separação de resíduos.

Educar para reduzir, reutilizar e reciclar é tão importante quanto coletar. Manaus precisa acelerar a ampliação de programas educativos, criar incentivos para quem pratica a reciclagem e integrar ações de conscientização às políticas de limpeza pública.

Se o lixo é problema de todos, a solução também precisa ser. Afinal, uma cidade verdadeiramente limpa começa na consciência de cada cidadão.

Fonte: Semulsp

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