Iniciativa fortalece a integração entre ações de mitigação das mudanças climáticas e a preservação ambiental
Despertar a consciência ambiental e promover práticas sustentáveis foi o que motivou a primeira ação do Projeto Justiça Verde, realizada nesta sexta-feira (25), em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. Promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), a iniciativa reuniu estudantes, representantes do Judiciário, empresas e moradores para o plantio das primeiras 100 mudas nativas da Amazônia.
A ação ocorreu nas imediações do conjunto habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e marcou o início de um movimento voltado à educação ambiental e ao engajamento comunitário. Outras 400 mudas serão plantadas nas próximas semanas, ampliando o alcance do projeto. Participaram do evento o presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes; o corregedor regional, desembargador Alberto Bezerra de Melo; e os desembargadores do TRT-11: Solange Maria Santiago Morais, Audaliphal Hildebrando da Silva, Ruth Barbosa Sampaio, Joicilene Jerônimo Portela e Eulaide Maria Vilela Lins. Também estiveram na ação o prefeito de Presidente Figueiredo, Antônio Fernandes Fontes Vieira, e o superintendente da empresa agropecuária Jayoro, Waltair Prata Carvalho, ambos doadores das mudas nativas; além de magistrados e servidores do TRT-11.
Com o plantio de 500 mudas nativas da Amazônia, o projeto-piloto fortalece a integração entre ações de mitigação das mudanças climáticas e a preservação ambiental. Esse volume será também suficiente para compensar todas as emissões da Vara do Trabalho de Presidente Figueiredo nos últimos cinco anos, além de neutralizar quase 50% das emissões de carbono de todo o TRT-11, segundo estimativas do Laboratório de Inovação, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade (Liods) do Tribunal.
O presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes, acompanhou o plantio das primeiras mudas ao lado dos estudantes de Presidente Figueiredo e destacou o papel transformador do projeto, reafirmando o compromisso institucional com a preservação da floresta. “Estando na Amazônia, temos o dever de dar o exemplo e mostrar que as instituições estão comprometidas com o futuro do planeta e da nossa floresta. Hoje, com o apoio das crianças que participaram do plantio das mudas, reafirmamos que o nosso tribunal está junto da sociedade, construindo um futuro melhor para todos”, enfatizou o presidente do Regional.
Justiça Verde
Idealizado pelo juiz do trabalho Sandro Nahmias Melo, a atividade propõe uma abordagem inédita no Judiciário: compensar os impactos ambientais causados pela tramitação dos processos judiciais. Segundo o magistrado, busca corrigir ao convidar, de forma voluntária e colaborativa, empresas que tiveram processos na Justiça do Trabalho a custearem o plantio de árvores nativas da Amazônia. “Para que, voluntária e colaborativamente, compensem as emissões de carbono geradas com o plantio de árvores nativas na Amazônia, unindo responsabilidade ambiental e compromisso social”, afirma.
Para o juiz, a ação promovida em um local com poucas árvores representa mais do que um gesto simbólico: “É uma ação concreta de restauração ambiental e educação cidadã. É a compensação ecológica gerando benefícios socioambientais para a população. Gosto de dizer que, de uma sentença, nasce o verde”, destaca.
Engajamento coletivo pela sustentabilidade
O prefeito de Presidente Figueiredo, Fernando Vieira, destacou a parceria entre o poder público e o Judiciário no projeto Justiça Verde simbolizando o compromisso com a recuperação ambiental e o bem-estar da população. Para ele, é papel da Amazônia liderar pelo exemplo e inspirar o mundo com ações concretas de sustentabilidade frente às mudanças climáticas.
“Se o planeta continuar aquecendo nessa velocidade, a floresta deixa de existir. Sem umidade, não há vida. Precisamos de chuva, precisamos de equilíbrio. Essa consciência tem que ser global. Por isso, fico feliz em ver o Judiciário envolvido, com pessoas que entendem de ciência. Isso é uma questão científica. Parabéns ao Judiciário e parabéns ao planeta por ter gente que se comporta com responsabilidade”, disse o prefeito.
Educação que floresce
Além do impacto ambiental, a iniciativa promove o envolvimento direto de estudantes da rede pública, que participaram ativamente do plantio das mudas. Para o professor Robson da Silva Mota, do Colégio Militar Municipal Deisy Lammel Hendges, a experiência vai muito além da sala de aula e promove a educação ambiental, além de gerar memórias marcantes para toda a comunidade e, especialmente, aos estudantes que participaram ativamente do plantio das mudas.
“O projeto proporciona aos alunos uma aprendizagem prática, conectando o que é ensinado em sala de aula, como o plantio de árvores e a preservação ambiental, com ações concretas promovidas pelo Judiciário. Imaginar como estarão essas árvores daqui a 10 anos, e saber que eles participaram desse momento histórico ao lado de autoridades, do Judiciário, do Executivo e da comunidade, é algo marcante. Essa união fortalece o crescimento cidadão e a valorização do meio ambiente”, asseverou o professor.
O projeto está também alinhado às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a sustentabilidade no Judiciário. Além disso, contribui diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente os ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima), 15 (Vida terrestre) e 17 (Parcerias e meios de implementação).
Fonte: TRT-11: Jonathan FerreiraFotos: Carlos Andrade
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