Atrasos no pagamento, transporte escolar paralisado e escolas inacabadas revelam cenário de caos na educação rural do município
Por Dario Matos | Amazônia Realidade
Careiro (AM) – A gestão da prefeita Mara Alves está sendo alvo de denúncias graves por parte de moradores, pais de alunos e profissionais da educação no interior do município de Careiro. As principais reclamações envolvem atrasos nos pagamentos de prestadores de serviço, como condutores, professores, auxiliares e canoeiros, além da paralisação do transporte escolar e irregularidades em obras de infraestrutura.
Na Escola Municipal 22 de Setembro, trabalhadores relatam que a Prefeitura firmou um acordo para normalizar os pagamentos, mas descumpriu o compromisso, efetuando apenas a primeira parcela. Desde então, os salários seguem em aberto, gerando uma série de paralisações e prejuízos ao calendário escolar.
“As aulas só vivem parando. Às vezes o carro quebra e os condutores não têm dinheiro para consertar nem para manter o transporte. Os alunos ficam mais em casa do que estudam. A Prefeitura não quer pagar. Eles perdem aula, prova, nota… No final do ano querem que a gente trabalhe de segunda a sábado, até em feriado”, denuncia Silvio Ricardo, ex-motorista do transporte escolar.
A situação também preocupa os pais de alunos. Rosilene, moradora da região, fez um apelo emocionado:
“É um pedido de socorro. Os condutores só receberam um mês desde o início do ano letivo. Isso é revoltante. Nossas crianças estão sem ir à escola por causa da paralisação. E eles estão certos em parar, porque não estão recebendo. A Prefeitura não faz os pagamentos, e isso é muito triste.”
Outro relato vem de Marlan da Silva, condutor escolar da Escola 22 de Setembro:
“O nosso pagamento está atrasado, vai fazer seis meses. Só caiu uma parcela desde o início das aulas aqui na nossa região. Resolvemos parar a rota por falta de recursos. Não temos dinheiro nem para a gasolina dos barcos e carros que levam os alunos até a sede.”
Além do descaso com os salários, há ainda denúncias de escolas que constam como construídas, mas continuam em reforma ou inacabadas, levantando suspeitas sobre a transparência na execução das obras.
A equipe do Realidade Amazônica tentou contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Careiro e com o vice-prefeito, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
A situação revela uma crise profunda no sistema educacional do interior de Careiro, penalizando tanto os trabalhadores quanto os estudantes da zona rural.
Fotos: divulgação
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