Colégio de Procuradores do MP aprova instalação de cinco promotorias especializadas em violência doméstica

Colégio de Procuradores do MP aprova instalação de cinco promotorias especializadas em violência doméstica

Medida visa reforçar a atuação ministerial nos Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em resposta ao aumento da demanda

O Colégio de Procuradores do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) aprovou, nesta sexta-feira (06/06), a instalação de cinco promotorias de Justiça para atuação junto aos Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A decisão foi tomada no âmbito do Procedimento de Gestão Administrativa (PGA) nº 09.2025.00000290-4, com relatoria da procuradora de Justiça Nilda Silva de Souza. 

A proposta foi originalmente apresentada pelo promotor de Justiça Davi Santana de Câmara, titular da 73ª Promotoria de Justiça, e teve seu escopo ampliado durante o trâmite, com base em dados que demonstraram a sobrecarga enfrentada pelas promotorias que atuam nos três juizados mais antigos da capital. A aprovação considera a necessidade de fortalecimento da atuação ministerial no enfrentamento à violência de gênero e está alinhada às diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

“O pedido inicial era para criação de três promotorias. No entanto, diante da constatação da alta demanda e dos dados apresentados, identificamos a necessidade de ampliar para cinco. Após novo estudo orçamentário, verificamos que o orçamento comportava essa ampliação. Assim, o voto foi pela aprovação da instalação das cinco promotorias”, explicou a relatora Nilda Silva de Souza, durante a sessão. 

O estudo de viabilidade orçamentária foi realizado pela Diretoria de Planejamento (DPLAN) do MPAM, que concluiu ser possível a instalação das novas unidades ministeriais, com base nas projeções de receitas e despesas dos próximos exercícios. As promotorias já haviam sido criadas anteriormente, por meio da Resolução nº 07/2023/CPJ, mas sua instalação dependia de deliberação do Colégio de Procuradores. 

Medida urgente

A procuradora-geral de Justiça (PGJ) Leda Mara Albuquerque destacou a urgência da medida diante do agravamento dos índices de violência contra a mulher no Amazonas. “A violência de gênero no nosso estado não para de crescer. O Amazonas é, hoje, o quinto estado com maior índice de violência contra a mulher no país. Não podemos ignorar esses dados. A instalação dessas promotorias é uma resposta necessária à crescente demanda e ao compromisso do MP com a proteção das mulheres”, afirmou. 

Cenário

Segundo o levantamento constante nos autos, as promotorias já existentes vêm enfrentando sobrecarga devido à falta de divisão de acervo dos processos entre os antigos e novos juizados especializados. A 73ª, 45ª e 100ª PJs, por exemplo, continuam atuando sozinhas nos juizados de origem, com todo o acervo acumulado, enquanto as novas varas criadas pelo Tribunal de Justiça iniciaram com acervo zerado. 

A medida busca restaurar o padrão de atuação observado nas demais promotorias criminais, que contam com duas ou mais promotorias por vara, otimizando a atuação do MP e garantindo maior celeridade e eficácia na proteção das vítimas. 

“Criança criada em ambiente de violência doméstica carrega traumas para a vida inteira. Ao dotar os colegas de estrutura para lidar com essa demanda, não estamos apenas falando de Maria da Penha, mas do impacto disso em toda a estrutura familiar”, pontuou a procuradora Nilda Silva. 



Foto: Freepik

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