Após a notícia que pegou de surpresa os amazonenses acerca da transmissão da disputa dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso, no Festival Folclórico de Parintins, pela Rede Amazônica e pela Rede Globo, uma polêmica envolvendo a exibição do evento tomou conta da web.
A TV A Crítica, emissora amazonense ligada ao Festival de Parintins há 36 anos, fez um editorial falando detalhadamente sobre o assunto e declarou que é ela quem tem o direito exclusivo de exibir o festival. A diretoria da emissora não teve participação na decisão de transmissão do evento pela Rede Globo de Televisão.
Prometendo uma mega exposição da cultura amazônida, a Globo anunciou nessa quinta-feira (02) que irá transmitir, pela primeira vez, o Festival de Parintins, que irá acontecer nos dias 28, 29 e 30 de junho. O anúncio foi feito pelas redes sociais da Globo e do governador Wilson Lima.
A TV A Crítica anunciou ainda que soube, por meio da imprensa, que os Bumbás assinaram com a Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo. A emissora se diz surpresa com a decisão e afirmou que irá à Justiça para rever os seus direitos.
O posicionamento da emissora foi feito durante o programa “A Crítica Notícia”, apresentado pelo repórter Dante Graça.
Reprodução tv acrítica
O jornalista ainda afirmou que a emissora jamais recebeu qualquer sondagem ou contato por parte de qualquer emissora para negociação dos direitos de transmissão. De acordo com Dante, o próprio CEO da Rede Amazônica afirmou que o governador Wilson Lima foi o grande responsável por tal articulação.
Por meio das redes sociais, a situação dividiu opiniões, mas rendeu críticas do Governo do Estado acerca da atitude.
Uma internauta declarou: “A A Crítica não merecia essa facada pelas costas. Nós, telespectadores, também não. Desde que saiu a notícia que a Globo transmitiria o Festival, não vimos uma unanimidade em satisfação, visto que todos nós sabemos bem como a Globo faz essa transmissão. Ao contrário da TV A Crítica, que não só cobre o Festival INTEIRO, como faz reportagens e flashs nas semanas que antecedem o Festival. Que jogo sujo”.
“Wiçu? Passando a perna em que te colocou na cadeira de gov?”, disse outro internauta. “Facada do Wilson Lima pelas costas da TV A Crítica”, declarou outro.
Em contrapartida, alguns não anularam a insatisfação com a situação, mas falaram sobre a importância do Festival “sair da bolha” regional.
“Acho que as duas podem transmitir, a A Crítica não chega pela TV aberta a todo Brasil, a Globo chega em todo território e se queremos crescer mais ainda, precisamos que chegue mais longe”, declarou uma moça. “Festival precisa ir além de ficar só em rede regional… festival é gigante”, disse outra internauta.
A Rede Amazônica ainda não se pronunciou sobre a situação.
Confira a declaração completa da TV A Crítica:
“Nessa quinta-feira (02), após a realização de uma cobertura histórica dos festejos de Caprichoso e Garantido na Ilha Tupinambarana, recebemos com surpresa, por meio da imprensa, a informação de que os Bumbás assinaram, sob forte pressão do governo do estado do Amazonas, um suposto contrato de transmissão com a Rede Amazônica.
De nossa parte, em nenhum momento houve qualquer restrição a negociações pra ampliar os horizontes de divulgação nacional do Festival Folclórico de Parintins mas, jamais recebemos qualquer sondagem ou contato por parte de qualquer emissora para negociação dos direitos de transmissão.
Como dito pelo próprio CEO da Rede Amazônica, o governador Wilson Lima foi o responsável por tal articulação. Além de agir como porta-voz de uma empresa privada, o governo, em nota, mente ao divulgar um suposto consenso para esta transmissão, que viola um contrato de exclusividade vigente com os bumbás há mais de dez anos.
Nesse período de parceria entre a TV A Crítica, Caprichoso e Garantido, a emissora foi a única que esteve ao lado dos bois em momentos cruciais. Foi assim em 2016, quando o Governo do Estado abandonou os bumbás e cortou o repasse e a TV A Crítica viabilizou recursos extras para Caprichoso e Garantido estarem prontos para a Arena.
Também foi assim na pandemia de Covid-19, quando mesmo sem a realização do Festival, a TV A Crítica manteve os repasses previstos em contrato por entender as dificuldades pelas quais as associações folclóricas e, principalmente, o povo parintinense passavam naquele momento.
Justamente por ter esse compromisso com os Bumbás, com os nossos patrocinadores e, acima de tudo, com o povo amazonense, vamos seguir com todo o nosso planejamento de transmissões, seja de eventos paralelos como o Curral do Garantido e o Bar do Boi Caprichoso, como dos três dias do Festival Folclórico de Parintins de 2024.
Nenhuma assinatura que viole direitos previamente adquiridos será maior que a nossa palavra e o nosso dever de levar a todos a transmissão do maior espetáculo a céu aberto do mundo, sem exigência de assinatura de streamings ou quaisquer restrições regionais.
Diante do cenário criado pelo Governo do Estado, onde o governador Wilson Lima puxou o gatilho com a flagrante violação no contrato vigente, iremos buscar essa reparação judicialmente. Todos os dias em todos os nossos veículos e programas, incentivamos você a exercer a sua cidadania e lutar pelos seus direitos. Faremos o mesmo pelos nossos e temos a confiança na vitória, já que onde há justiça não há pressão sob portas fechadas que prospere.
Ao nosso público, nossos telespectadores que formam esta grande família amazonense espalhada em 11 estados do Brasil pela TV aberta e em todo o mundo pelo YouTube, seguimos reafirmando aquilo que para a gente é mais que um slogan, é uma missão. É da nossa terra, tá na nossa tela. O Festival de Parintins estará na tela da TV A Crítica é temos a certeza que você estará de mãos dadas conosco”
Fonte: Amazônia Press
Foto: Reprodução TV A Crítica
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