Trajetória da médica Hilka Espírito Santo auxiliou na atuação como especialista
A médica Hilka Espírito Santo, 56, chefe do serviço de mastologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e atual presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Amazonas, há 27 anos se dedica ao cuidado e atenção de pacientes que tratam o câncer. Em 2013, a especialista se tornou paciente quando recebeu o diagnóstico positivo para um câncer de mama.
“Deu para fazer um diagnóstico numa fase muito inicial, na qual só a cirurgia foi um tratamento, e isso foi muito bom. Hoje, passados esses anos, eu olho pra frente, e quando as minhas pacientes me enxergam, elas me reconhecem e veem a possibilidade e a esperança”, disse a médica.
De acordo com Hilka, tornar-se paciente conferiu a ela uma visão que não se tem enquanto profissional. “Tudo isso me aproximou muito mais das minhas pacientes. Consegui fazer meu tratamento, fiquei bem e acho que tudo na vida tem um porquê e a gente tem que aceitar. Eu me revigorei e segui, isso não me paralisou, mas me tornou ainda mais forte”, ressaltou, emocionada.
Pandemia – Ao contar sua trajetória, a médica relata sobre o trabalho realizado durante os picos da pandemia de Covid-19.
O Serviço de Mastologia, de Psicologia, de Assistência Social, e a direção da Fcecon, juntamente com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) e a Força Aérea Brasileira, identificaram pacientes prioritárias para uma transferência para outros estados para dar continuidade ao tratamento.
“Nós identificávamos o outro, seja ele o paciente ou o nosso colega, como uma pessoa importante naquela engrenagem e que precisávamos proteger. Porque eu me protejo, protejo você, protejo pacientes, isso vai desde o atendimento, até atos como usar máscaras ou se vacinar. Essa pandemia, no meu entendimento, veio mostrar dessa importância de a gente olhar o outro”, explicou a médica.
Premiação – Com seu trabalho durante o auge da crise, Hilka foi indicada ao Prêmio Inspiradoras 2021, na categoria Inovação em Câncer de Mama, uma iniciativa da Universa (plataforma de conteúdo feminino do UOL) e do Instituto Avon.
“Neste Outubro Rosa, para mim, tudo foi um grande prêmio, é o reconhecimento de uma vida inteira. A FCecon enfrentando todas as dificuldades junto com o Estado, mas a gente vai com nossas equipes, cada um faz a sua parte e conseguimos ajudar efetivamente a salvar a vida de muitas mulheres”, disse a médica.
FOTOS: Laís Pompeu/FCecon
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